MODA PERNAMBUCANA: ECONOMIA E MEIO AMBIENTE

04/12/2019
Calças Jeans - Imagem da Internet
Calças Jeans - Imagem da Internet

A moda e o Agreste de Pernambuco andam de mãos dadas. É difícil falar de um sem mencionar o outro. Isto se deve a importante representatividade do Polo Têxtil e Confecção do Agreste na economia do Estado. O Polo é o segundo mais importante do Brasil, perde apenas para o de São Paulo, de acordo com o Sindicato da Indústria de Confecções do estado. Ele movimenta R$ 5,6 bilhões por ano, e é responsável pela ocupação de cerca de 250 mil pessoas, entre empregos formais e informais, em 40 municípios. 

 


O Polo Industrial de Pernambuco, que contempla as cidades de Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe e Toritama é responsável pela fabricação de um milhão de peças, anualmente. Para suprir a demanda, a área de produção tem maior expressividade em se tratando de mão de obra, com 86,7% do contingente de trabalhadores, segundo dados do último estudo realizado pela Inteligência de Mercado (IEMI). Entre as linhas de produção de vestuário, a mais consumida é a moda casual, com 38%, em seguida aparece a linha jeanswear, que é uma linha de vestuário surgida em meados dos anos 1950, expressando a cultura norte-americana com 24%; Enquanto a linha íntima e de dormir ocupa a terceira posição dos volumes produzidos, com 15%. O segmento feminino fica com a maior produtividade, 51,5%, o masculino com 43,4%, a linha bebê, apenas 5,1%, por último, a moda Plus Size,  2,1%, este último por não existir tantas lojas que se preocupam com a inclusão na moda

"É preciso inovar, ser criativo, além de sair do improviso para sistematizar a linha de produção".

A indústria da moda está em constante transformação, agora, também, no contexto da indústria 4.0. Para continuar com essa expressividade o Polo precisa acompanhar esse movimento e se ajustar às mudanças comportamentais que o negócio da moda exige. O economista Valdeci Monteiro dos Santos avalia que, para o setor se manter competitivo, deve investir em qualificação da mão de obra e, ainda, ordenar o processo produtivo. "É preciso inovar, ser criativo, além de sair do improviso para sistematizar a linha de produção". O estudo do IEMI aponta ainda que apenas 16,7% dos funcionários do setor têxtil contra 18,8% do de vestuário têm algum tipo de formação na área, podendo ser moda, design, corte e costura. 



Ainda assim, a moda pernambucana se tornou um ícone nacional e é consumida por milhares de pessoas de todas as regiões do Brasil. A empresária Fabiana Oliveira da Silva, 39, viaja da cidade de Itapissuma, a 131 km de Toritama, para abastecer a loja. "Quando o movimento está fraco eu só vou uma vez, mas com as vendas aquecidas eu chego a ir três vezes. Eu gosto de comprar mais jeans, pois as peças são de qualidade além de ter variedade", explica a lojista. Enquanto a cabeleireira Renata Patrícia Gomes de Assis, 35, é atraída às cidades para comprar roupas para toda a família por considerar os preços acessíveis. "Gosto de comprar mais em Santa Cruz, mas compro sempre em Caruaru e Toritama, também. Da última vez eu gastei em torno de R$ 1 mil", conta Renata. 


Apesar da contribuição na economia pernambucana advinda da moda, percebe-se o baixo investimento em ações para minimizar os impactos ambientais na região devido à grande concentração de fábricas, principalmente o desperdício hídrico provocado por uma parcela das lavanderias de jeans no Polo Industrial de Toritama, onde a produção das peças corresponde a 20% de toda linha nacional, o que exige mais esforços para adoção de técnicas de captação e reuso da água. O problema incide sobre a segunda lavagem, quando é necessário um grande volume de água, após esse processo acontece o descarte, na maioria das vezes, erroneamente. O estudo da IEMI revela ainda que 94,8% das empresas de vestuário e 66,7% das têxteis não desenvolvem políticas de sustentabilidade, o que agrava ainda mais a situação. 

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