PADRÃO DE BELEZA: O DESAFIO DE VENCER OS INFLUENCIADORES DIGITAIS 

30/10/2019

Por Marcela Nunes

Com o passar dos anos e o desenvolver das tecnologias, a moda assumiu um novo papel. As redes sociais passaram a ser uma ferramenta fundamental para ditar as novas tendências do momento. Assim, logo surgiu um novo fenômeno que chegou para revolucionar a era digital: Os Blogueiros e Digital Influencers.

Essas pessoas, que usam assiduamente os perfis das redes sociais para compartilhar suas rotinas, viraram alvo de lojas e empresas que viram nelas uma oportunidade de promover os seus produtos e estilo de vida. Com isso os "famosos da internet" começaram a aconselhar seus seguidores sobre determinados itens, que deveriam passar a fazer parte do cotidiano de todos.

Reprodução da Internet
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Da mesma maneira que essa "febre" atingiu e movimentou de forma positiva o mercado, também surgiram as consequências negativas. A necessidade de se enquadrar em um determinado modelo fez com que parte da sociedade passasse por cima de sua identidade pessoal afim de atingir o objetivo de se espelhar em alguém. "É cada vez mais comum a gente ver não só jovens, mas pessoas de diversas faixas etárias que se queixam de não conseguir expor suas reais ideias por medo da opressão", explica a psicóloga Ana Karla Santos. Para a estudante de moda e digital influencer Fernanda Figueiras, a sensibilidade com o próximo também deve fazer parte do trabalho. "Saber que existem várias pessoas observando o conteúdo que a gente produz e se espelhando nisso torna nossa responsabilidade ainda maior. É muito além de uma questão de moda, envolve o emocional, o jeito que as pessoas levam a vida", contou.

Reprodução da Internet
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A ideia de uma sociedade perfeita e o incentivo ao consumo afetaram diretamente o emocional dos seres humanos, fazendo com que o número de casos envolvendo problemas como autoestima, depressão, bulimia e até tentativas de suicídio crescessem drasticamente. Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, em três anos o número de jovens com depressão cresceu 115%. Já os casos de bulimia e anorexia chegam a atingir cerca de 6% das mulheres do mundo. "Por lidar diariamente com esses tipos de caso, eu vejo que é cada vez mais comum as pessoas se sentirem afetadas de alguma forma pelas redes sociais. As consequências são graves e por isso é preciso um trabalho contínuo para evitar que esses casos cheguem ao extremo", concluiu Ana Karla.

Os padrões de beleza impostos e compartilhados na internet além de afetar a vida de muitos, também fizeram surgir diversos questionamentos sobre o tema. Até que ponto os indivíduos passam por cima de seus gostos para se espelhar naquilo que é compartilhado pelos influenciadores? Quantas vezes alguém deixou de vestir algo que gostava porque achou que seria julgado nas redes sociais? Quantas pessoas deixam de sair de casa porque acreditam não se enquadrar na sociedade?

Reprodução da Internet
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Entretanto, apesar desse problema existir não só no Brasil, como em todo o mundo, conseguimos observar uma constante luta para combater a ideia de que existe um "certo ou errado" no mundo da moda. Mulheres, homens, ONGs e outras entidades parecem perceber a real situação e juntos buscam soluções para evitar que a ditadura da beleza modifique ainda mais a população. "Eu busco mostrar a realidade, não existe essa vida perfeita e sem problemas que muitos compartilham por aí. Sou um ser humano cheio de problemas e defeitos como qualquer outro! Acho que passar a verdade é o ponto mais importante de qualquer profissão", explica Fernanda.

Entender que cada um deve se portar da forma como se sentir bem e não como a maioria julga correto é o ponto principal na hora de combater o preconceito e auxiliar na luta contra os padrões de beleza.

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